Não adianta esconderes-te em mim;
o guarda-chuva em que me vês é transparente
não tapa nem os meus nem os teus podres.
tivesses óculos de sol, como o abrunhosa,
e talvez fosses uma rosa... pirosa.
Muitos me viram o guarda-chuva da serenidade
onde podiam fazer o que queriam
sem o mínimo de contrariedade.
Até me viram albergue espanhol
dançando em simultâneoas melodias dum descontentamento
e da permanente insatisfação.
Olhando para ti vejo o seio estéril,
desprovido de qualquer atracção física
ou, mais importante, mental.
Via-me como um cipreste
quando estás à minha volta,
em que tudo se secou.
Tornei-me cogumelo venenoso,
qual linguajar de Abrunhosa
mas mais subtil, elevado o nível.
Ficaste a pregar só,como sempre autovitimizando-te,
amparada pelos teus acólitos
tolerantes desse feitio instável.
Arranquei o cogumelo
e escorri das veias, artérias e afins,
tudo o que me fazia infeliz,
inerte
e, por fim, impávido.
Estou em paz, muito sereno
e sei o que quero, por fim.
Se morrer é renascer(com dreno),
eu morri do teu jardim!
Pássaro Distante
4 comments:
Absolutamente fantástico este registo (foto e texto). Muitos parabéns Christina.
"Morri do teu jardim"
Coisa mais linda essa frase.
Coisa mais linda tudo isso aqui!!!
Uma excelente foto e um bom texto,BFS. Fica com o Prémio Dardos que eu te dou.Beijinho
Bom ano novo cheio de saúde.
Beijinho
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